Geografia
A ilha da Montanha tem 42km de comprimento e 15km de largura máxima, e a sua população é de cerca de 14 200 pessoas. O ponto mais alto é a Montanha do Pico, com 2.351m de altura. O Pico é a segunda maior ilha do arquipélago dos Açores em termos de área total (445km2).
A ilha mais próxima do Pico é o Faial, apenas a 15 minutos de barco, são 6km que separam as duas ilhas. Ambas fazem parte das ilhas do Triângulo, e do Grupo Central dos Açores. A característica mais notável da ilha é, claro, a enorme montanha – na verdade, a maior de Portugal.
História
A ilha do Pico foi descoberta na mesma época das outras ilhas centrais pelos marinheiros portugueses. Recebeu inicialmente o nome de Ilha de D. Dinis e depois mudou o nome devido à enorme montanha que se ergue acima das nuvens. Os primeiros povoamentos começaram na década de 1480, sendo a última ilha do grupo central a ser povoada.
Lajes do Pico foi a primeira vila a ser povoada na ilha, no século XV. Foi neste município que a atividade baleeira se concentrou durante muitos anos. De referir ainda que o Pico é a “Terra das Baleias”. A caça à baleia foi durante mais de 100 anos um dos principais métodos de sobrevivência nas ilhas dos Açores. Proibida desde 1984, hoje faz parte do património cultural, principalmente da ilha do Pico, conhecida também como a “ilha dos baleeiros“. A caça à baleia nos Açores terminou nos anos oitenta do século XX mas a tradição baleeira continua felizmente muito presente. O Museu dos Baleeiros, nas Lajes do Pico ou a Fábrica da Baleia de Porto Pim, no Faial são excelentes exemplos disso.
O grande vulcão do Pico entrou em erupção pelo menos 22 vezes nos últimos 1.500 anos, formando as atuais paisagens da ilha. A última foi em 1718, que deu origem às paisagens de Santa Luzia e São João.
Madalena na costa oeste é a vila mais jovem da ilha do Pico, fundada apenas em 1723.
Economia
Nos primeiros séculos após a descoberta da ilha do Pico, as culturas do trigo e do pavio foram muito importantes para a vida local, tal como na vizinha ilha do Faial. Porém, o solo vulcânico do Pico é rico em minerais e o clima é seco e quente, o que se revelará perfeito para o cultivo da vinha, mais precisamente, verdelho. O vinho e a aguardente do Pico tornaram-se rapidamente famosos nas ilhas e até no mundo! Evoluiu muito durante o século XVIII e foi exportado para a Europa e a América. Até os czares russos o teriam na sua mesa.
Madalena é um município limitado a leste pelos concelhos de São Roque e das Lajes do Pico. Está geograficamente bem localizada na ilha do Pico, mesmo em frente à cidade da Horta, na ilha do Faial. Na costa oeste, Madalena é a vila mais jovem da ilha do Pico, fundada apenas em 1723 e um dos eixos de comunicação marítima com as ilhas vizinhas (São Jorge e Faial). As principais atividades económicas de Madalena são a agricultura, pesca, pecuária, vinicultura e turismo.
No entanto, no século XVIII a erupção vulcânica marcará o fim da idade de ouro do verdelho e, no século XIX, o oídio da videira e a filoxera condenaram a maior parte das vinhas. Grande parte da população local migrou para a América à procura de uma vida melhor, e a outra parte voltou-se para o oceano. Mais tarde, o vinho volta a ter grande importância no Pico.
Na “Terra das Baleias”, a caça à baleia foi durante mais de 100 anos um dos principais métodos de sobrevivência nas ilhas dos Açores. Iniciada no século XVIII e proibida desde 1984, hoje faz parte do património cultural, principalmente da ilha do Pico, conhecida também como a “ilha dos baleeiros”. De uma maneira geral, pode dizer-se que os grandes centros de baleação nas freguesias picoense são as Lajes e São Roque.
Lajes do Pico foi a primeira localidade a ser povoada na ilha do Pico, no século XV. Foi neste município que durante muitos anos se concentrou a atividade baleeira. Aqui, chegaram a existir 7 armações de caça à baleia e é ainda possível ver as casas onde se guardavam os botes baleeiros, pequenas embarcações utilizadas na época como meio de subsistência da população.
Depois da caça, os habitantes locais continuam a observar baleias em paz, graças à importante atividade de observação de cetáceos para fins turísticos e científicos.
As principais atividades económicas da ilha do Pico são agora a agricultura, a pesca, a pecuária, o vinho e o turismo.
Cultura e festividades
De maio a setembro em todas as ilhas se comemora a festa do Espírito Santo. Mas a ilha do Pico tem mais eventos festivos únicos durante o ano! E cada paróquia tem a sua própria celebração local.
Por exemplo, Santa Maria Madalena é outra importante festa religiosa na vila da Madalena durante o mês de julho, acompanhada por muitas animações nas ruas. Também na Madalena não podemos deixar de falar das festas da Vindima, em homenagem ao vinho tão único na ilha.
Em São Mateus, é por volta do dia 6 de agosto que se comemora o Senhor Bom Jesus Milagroso.
Em São Roque podemos destacar o Cais de Agosto, no mês de agosto, com concertos ao vivo e um bom ambiente em toda a freguesia.
E nas Lajes do Pico, no final do verão, a Semana dos Baleeiros homenageia os antigos homens que arriscaram a vida pela economia da ilha. Também há regatas com os barcos usados para caçar baleias. Decorrem muitas festas ao longo do ano que envolvem também as vizinhas ilhas do Faial e São Jorge.
No que diz respeito à cultura, na marina das Lajes do Pico pode também encontrar o monumento em homenagem aos baleeiros. Ali estão os nomes dos homens que marcaram a história da ilha do Pico, e alguns deles ainda estão vivos. O monumento foi erguido em 2001, ano da celebração dos 500 anos deste município. Nas Lajes do Pico aconselhamos vivamente a visita ao Museu dos Baleeiros onde ainda mantém viva a herança da baleação artesanal. Este espaço foi inaugurado em 1988 na vila das Lajes do Pico, pouco depois da proibição internacional da baleação! O museu está localizado em 3 antigas Casas dos Botes recuperadas, construídas no séc. XIX.
O museu do vinho é o local perfeito para os amantes de enologia. Aprende-se muito sobre a história do vinho na ilha do Pico e como teve um papel importante na economia desta ilha. O museu foi criado em 1999 e está localizado numa antiga mansão de veraneio das carmelitas, no concelho de Madalena.
Natureza e Geologia
A ilha do Pico alberga o terceiro vulcão mais alto do Atlântico Norte. Falamos da Montanha do Pico. É o ponto mais alto de Portugal e um dos geossitios de relevância Internacional. A Montanha do Pico é também o maior e mais recente vulcão poligenético dos Açores. Dentro da sua enorme caldeira ergue-se um pequeno cone chamado Piquinho. Existem fumarolas no topo, onde se pode sentir o calor proporcionado pela atividade vulcânica. O vulcão imponente tem um diâmetro de cerca de 19 km.
Debaixo de terra, a Gruta das Torres é o maior tubo lávico de Portugal e um dos maiores da Europa! Com uma extensão aproximada de 5150 metros, visitar este lugar é uma experiência maravilhosa.
Em termos geológicos, o Pico é uma ilha muito interessante. Pode ver as consequências de erupções antigas nas paisagens atuais chamadas Lajido ou Biscoito. Aqui dá para compreender verdadeiramente o nome de ilha Cinzenta dado ao Pico, devido à forte presença da rocha à volta da ilha. Os muros de pedra lávica que separam as vinhas são uma característica única do Pico, criando uma paisagem maravilhosa reconhecida internacionalmente e protegida pela UNESCO desde 2004.
O parque florestal Matos Souto, o basalto que protege as vinhas, o próprio museu do vinho… tudo isto constituem um lugar cheio de história construída à sombra de dragoeiros centenários.
Apesar das erupções que destruíram grande parte da ilha, o Pico também é rico em vegetação endémica. Há tantos cones verdes e lagoas! São locais importantes para aves residentes e migratórias.
Sob a superfície do oceano, há muitas baleias e golfinhos durante todo o ano. Devido à configuração do fundo do mar, estas magníficas criaturas marinhas podem nadar muito perto da costa, o que torna mais fácil o seu avistamento.
O Pico não tem praias, mas graças às suas paisagens vulcânicas, foram criadas muitas piscinas naturais de uma beleza ímpar.
Experiências
A Futurismo também opera na ilha do Pico. Estamos no porto das Lajes do Pico, na rua dos Baleeiros, de onde partimos para fazer observação de baleias e golfinhos e natação com golfinhos todos os anos de abril a outubro. Na ilha do Pico também temos uma loja na vila da Madalena, mesmo no edifício do hotel Caravelas, onde pode saber informações para subir à Montanha do Pico, fazer passeios turísticos e trilhos com guias certificados.
Para além da observação de cetáceos, também é obrigatório nadar e mergulhar nas águas límpidas do Pico. Existem tantas piscinas naturais para descobrir e, cada uma delas é única.
Sobre trilhos, a Criação Velha é muito bonita para conhecer numa caminhada. O trilho da Criação Velha liga as freguesias Candelária a Areia Larga. Está entre os 8 trilhos mais singulares do mundo, eleito pela revista de viagens BootsnAll, em 2011. Tem uma diversidade de paisagens e cultura únicas numa extensão de 7 km. Os muros de pedra vulcânica preta que contrastam com o verde viçoso das vinhas compõem a paisagem protegida típica da ilha. Existem muitos outros trilhos para explorar com vistas deslumbrantes para as ilhas vizinhas.
As visitas guiadas à Gruta das Torres vão dar-lhe um banho de informação geológica. Aventure-se connosco neste local sem estruturas ou luz artificial! É um percurso com cerca de 450 metros que se consegue fazer em aproximadamente uma hora.
Claro que ir ao Pico sem subir a Montanha do Pico, não é a mesma coisa! Ou pelo menos ir de carro à Casa da Montanha para vislumbrar a paisagem deslumbrante em toda a volta. É possível subir durante o dia, ou durante a noite para chegar quando começa a nascer o sol ou, por outro lado, passar lá a noite e acampar no topo para apreciar o por do sol e o nascer do sol. Estas são atividades que deve fazer sempre com guia certificado.
Gastronomia
A ilha do Pico é a terra do famoso vinho dos Açores. O solo de lava e os muros de pedra são usados para proteger as vinhas Património Mundial da UNESCO, e que contribuíram significativamente para o desenvolvimento económico da ilha. Desde 2004, que a Paisagem da Cultura da Vinha da ilha do Pico foi classificada como Património Mundial, e é sem dúvida uma visita obrigatória não esquecendo, claro, uma prova de vinhos no Pico. Verdelho, arinto dos Açores, e terrantez do Pico são as castas usadas há mais de 150 anos para produzir o famoso vinho licoroso do Pico. Hoje em dia a variedade de castas utilizada é muito maior.
O Pico é também um grande produtor de queijo. Graças ao delicioso leite das muitas vacas que vivem na ilha, o queijo macio e saboroso é famoso em todas as ilhas e também no continente europeu.
Peixe fresco e todos os tipos de marisco estão sempre na ementa dado que a ilha tem uma grande variedade de peixes à volta do Pico.