Geografia
O arquipélago dos Açores tem nove ilhas no Oceano Atlântico e a ilha do Corvo é a mais pequena com apenas 17 km2 de superfície total, com 4 km de comprimento e 6 km de largura. Cerca de 500 pessoas moram na ilha do Corvo, a única cidade é Vila do Corvo, onde se localiza o aeroporto.
Juntamente com a ilha vizinha Flores, a apenas 18km de distância, o Corvo está tecnicamente localizado na placa tectónica norte-americana. São estas duas ilhas que formam o Grupo Ocidental do arquipélago. O ponto mais alto do Corvo tem 720m de altura e chama-se Ponta do Marco.
História
As duas ilhas mais pequenas do arquipélago foram descobertas ao mesmo tempo pelo explorador português Diogo Teive por volta do ano 1452, nomeando originalmente a ilha de Insula Corvi.
O povoamento no Corvo terá acontecido em meados do século XVI com a chegada de um grupo de escravos de Cabo Verde para tratar da agricultura. E em 1580, alguns habitantes da ilha das Flores decidem mudar-se para o Corvo aumentando assim a população.
Tal como as Flores, a posição estratégica da ilha do Corvo supera o isolamento. É um ponto de passagem para os barcos espanhóis e portugueses que vêm e vão para o seu novo império nas Américas. Essa posição estratégica, no entanto, trouxe algumas consequências negativas: ataques de piratas no século XVII. Mas os habitantes locais não deixaram os piratas levarem tudo! Os bravos Corvinos atiraram pedras aos piratas e tiveram uma histórica vitória em 1632.
Dois séculos depois, os corvinos voltam a mostrar bravura viajando até à ilha Terceira para pedir a redução dos impostos pagos na ilha. Impressionado pela sua coragem, o ministro decidiu cancelar os impostos e reduzir para metade o pagamento em trigo.
A eletricidade chegou ao Corvo em 1963 e as comunicações por telefone, apenas 10 anos depois. Antes disso, para comunicarem com as Flores, usavam comunicação por rádio e nos primórdios, era feita por sinais de fumo.
Economia
À semelhança da ilha das Flores, o Corvo desenvolve-se com agricultura e pesca nos primeiros séculos.
Também no Corvo se praticou caça à baleia, pela influência dos baleeiros americanos. Entre 1886 e 1890 pescaram uma baleia por ano. No séc. XX já não tinham atividade piscatória, mas o porto da ilha do Corvo servia para atracar os botes das Flores. As vigias do Corvo, os pontos estratégicos para avistar baleias, foram utilizadas até ao fim da baleação nas Flores, em 1981.
Dois anos depois, é inaugurado o aeródromo do Corvo, facilitando o contacto com o resto do arquipélago. Existem percursos regulares com as ilhas das Flores, Faial e Terceira.
Hoje, a fonte de riqueza local mais importante é a pecuária.
Cultura e festividades
Graças à sua localização, perto da ilha das Flores, mas mais longe de todas as outras ilhas, os corvinos preservaram as suas tradições e a natureza incrível desde a colonização no século XVI.
O Espírito Santo é uma festa religiosa que se celebra em todas as ilhas do arquipélago de maio a setembro, e o Corvo não é exceção, desde 1871.
No dia 15 de agosto é a Nossa Senhora dos Milagres, uma festa muito importante para os locais. Como diz a lenda, a Senhora dos Milagres ajudou os locais a vencer a histórica batalha contra os piratas e a manter a sua ilha segura. Neste mesmo dia decorre o festival dos Moinhos com música folclórica ao vivo e muita animação nas ruas.
Para encerrar o verão, há a festa de Nossa Senhora do Bom Caminho em setembro.
O Corvo é considerado um excelente destino internacional para a observação de aves. A ilha é muito rica em avifauna, e o Centro de Interpretação Ambiental e Cultural oferece uma exposição excecional para observadores de aves ou simplesmente amantes da arte.
Natureza e Geologia
A ilha do Corvo tem uma grande diversidade de rochas e estruturas geológicas e vulcânicas. A fajã lávica é a única zona plana da ilha, onde está localizada a Vila do Corvo. Parte desta fajã foi formada por depósitos piroclásticos, associados à formação do vulcão do Caldeirão. Diz-se que o Corvo é uma ilha vulcânica, única no arquipélago. O Corvo foi classificado pela UNESCO, como Reserva da Biosfera em 2007 para proteger a sua preciosa natureza.
Na Ilha do Corvo existem quatro Geossítios prioritários, locais reconhecidos pelo seu valor geológico, científico, pedagógico, cultural ou turístico. Por outras palavras, são sítios super recomendados e importantes com relevância regional, nacional ou internacional e de uso científico!
No topo do vulcão central da ilha do Corvo situa-se o ex-líbris da ilha – o Caldeirão, uma caldeira de colapso, com 2,3 x 1,9 km de dimensão e uma profundidade de cerca de 305 metros. Vale a pena descer até aos cones de escórias e de salpicos de lava, pequenos montes que os antigos já diziam que representam as nove ilhas dos Açores.
A paisagem local, além do grande vulcão, pode apreciar o verde dos pastos acompanhados por muros de pedra que delimitam os terrenos. A densidade florestal é reduzida mas podemos encontrar zimbro dos Açores e árvores de fruto.
Existe apenas uma localidade, que é Vila do Corvo. É uma Fajã – plataforma natural entre a montanha e o oceano criada pela atividade vulcânica. É a principal planície da ilha, formada pela lava basáltica que escorre do Morro da Fonte. As últimas erupções que a ilha conheceu foram aqui, há cerca de 100.000 anos.
Experiências
O Corvo é um dos melhores locais dos Açores para observar aves. A ilha serve de ninho para muitas espécies, como o cagarro. Espécies migratórias da América do Norte também passam por este paraíso de pássaros.
O Centro de Interpretação Ambiental e Cultural do Corvo deverá ser dos primeiros locais a visitar para perceber a dinâmica e a singularidade desta ilha, classificada como Reserva Mundial da Biosfera, pela UNESCO. Considerado um excelente destino a nível internacional para a observação de aves, a ilha do Corvo é muito rica em avifauna, e este centro oferece uma exposição excecional para os amantes de birdwatching.
O mergulho é algo que poderá querer experimentar quando estiver na ilha do Corvo. Existem vários locais excelentes graças aos esforços de preservação. Uma grande diversidade de vida marinha vive ao largo da costa.
Se pretende explorar os impressionantes limites vulcânicos da ilha, um passeio de barco pelo Corvo é o ideal. A paisagem dessas áreas escondidas é realmente incrível. Pode ver muitas espécies de aves marinhas. E não é raro ver golfinhos e às vezes baleias também!
O que se recomenda fazer, é a atividade mais famosa, é ir até ao Caldeirão onde a vista é deslumbrante num dia de sol. Pode caminhar até às lagoas para desfrutar de momentos puros na natureza. Escute o silêncio da natureza. Prepare-se para a melhor sensação de sempre entre o poder da natureza e a pequenez do Homem!
A Ponta do Marco é uma elevada falésia litoral, sendo o ponto mais alto da ilha com cerca de 718 metros de altura. É um miradouro magnífico para apreciar a natureza selvagem da ilha.
No Corvo há também uma pequena praia e um pequeno porto para desfrutar de um mergulho no oceano.
Gastronomia
O que é especial no Corvo é que tudo é fresco da terra, das pastagens ou do mar. Os frutos do mar são muito famosos na ilha.
O queijo também é uma iguaria que não pode deixar de experimentar. Amadurece cerca de 2 meses, o que lhe confere um sabor especial, ligeiramente picante.
O pão de milho aqui é para acompanhar com todo o tipo de refeições, como as tortas ou omeletas de algas marinhas.
Uma refeição popular entre os locais é o cozido de porco com repolho e batata-doce.