Geografia
São Jorge faz parte das ilhas do “Triângulo” dos Açores (Pico – Faial – São Jorge). É conhecida como a ilha das Fajãs – terrenos planos de pequena extensão situados à beira-mar. No total são 74 fajãs. Na verdade, a ilha é uma longa cadeia vulcânica que se estende no Oceano Atlântico. De leste a oeste, São Jorge tem 53 km de extensão e de norte a sul são apenas 8 km de largura, numa área total de cerca de 246km2. A ilha mais próxima é o Pico, a apenas 20km de distância.
A ilha de São Jorge faz parte do grupo central do arquipélago dos Açores e é relativamente longa e fina, com falésias altas. É o lar de aproximadamente 9.500 pessoas. A ilha é formada por uma longa “cordilheira montanhosa” que se eleva a mais de 1.000 metros acima do nível do mar, frequentemente descrita como a espinha dorsal de um animal místico, dando a São Jorge a designação de “ilha dragão“. O ponto mais alto é o Pico da Esperança, com 1.503m acima do nível do mar.
História
Acredita-se que São Jorge tenha sido descoberto juntamente com as outras ilhas centrais por navegadores portugueses, depois da ilha Terceira. A população começou a chegar por volta de 1470, partindo das zonas Oeste e Sul da ilha, até Velas, estendendo-se até ao atual concelho do Topo, a ponta oriental.
O mesmo capitão de Angra, na Terceira, João Vaz, foi também assumir o comando de São Jorge em 1483 e nos anos seguintes, Velas foi oficialmente considerada vila.
Tal como muitas outras ilhas, nos séculos XVI e XVII São Jorge terá sido atacada por corsários ingleses e franceses, e alguns deles conseguirão instalar-se nas Velas, em 1708. No entanto, a população local resistiu e reconquistou a sua ilha.
Economia
Nos primeiros séculos após a descoberta da ilha, o trigo e o vinho foram importantes fontes de riqueza para São Jorge. Porém, a qualidade das suas pastagens sempre foi um ponto forte. Na verdade, ainda hoje, a produção de queijo é o principal suporte económico da ilha.
Como São Jorge não tinha portos em tão boas condições quanto outras ilhas, São Jorge não consegue atingir tanta pujança económica. Outro ponto fraco foram as muitas crises agrícolas que levaram à falta de alimentos nos séculos XVI e XIX. Além disso, houve muitos terremotos e erupções que destruíram partes da ilha, o que empobreceu a população local.
São Jorge fez parte da indústria baleeira com produção manufatureira de 1882 a 1972. Hoje ainda é patente a história do cachalote na Casa dos botes da Urzelina e do Topo.
Hoje, além do queijo, a pesca do atum é uma importante atividade económica da década de 1960. A criação de gado sempre foi importante também para a ilha, tanto para o queijo como para lã.
Atualmente, o aeroporto e os portos contribuem para a integração da ilha no comércio regional e também internacional.
Cultura e festividades
São Jorge é um Santo, comemorado a 23 de abril. Durante este dia, há procissões, música ao vivo e exposições, tudo na vila de Velas.
Durante a primeira semana de julho, realiza-se a semana cultural das Velas, onde artistas internacionais são convidados a organizar conferências, debates e uma feira do livro. No verão, há sempre concertos, regatas e muitos outros eventos ao ar livre que animam a ilha.
Também em julho, mas desta vez na Calheta, é o Festival de Julho, altura em que durante uma semana inteira, a vila está muito animada. Concertos musicais, espetáculos de teatro e exposições atraem pessoas de outras ilhas e também do continente europeu!
O Espírito Santo é festejado entre todas as ilhas de maio a setembro. É uma celebração religiosa muito importante para os habitantes locais.
Para um banho de cultura local, pode visitar o Museu de São Jorge, na Calheta. Lá encontra diferentes tipos de coleções em diversas áreas como cerâmica, tecelagem, fotografia e, claro, a história da ilha.
Natureza e Geologia
São Jorge é a ilha das muitas Fajãs, pequenas plataformas planas habitadas ou desabitadas próximas ao mar, formadas por deslizamentos de terra ou fluxos de lava que se acumularam na base de uma falésia. A sua beleza é incrível e única. O solo é muito fértil e pode encontrar uma grande variedade de frutas e vegetais ali cultivados.
Apesar de às vezes as fajãs serem de difícil acesso, os viajantes adoram passar pelo menos uma noite lá para desfrutar do sossego. Algumas fajãs foram no passado abandonadas em troca de mais qualidade de vida. Mas, em algumas delas, ainda podemos ver residentes que realmente gostam da sua vida mais pacata e vivem nas fajãs.
Do alto das fajãs, tem uma vista incrível dessas pequenas freguesias do litoral. Se tiver tempo para explorar, aconselhamos que desça uma fajã e vá à descoberta e perceba como pode ser viver ali, por vezes sem eletricidade.
A cordilheira que constitui a ilha faz lembrar as costas de um dragão adormecido, saindo e entrando no oceano. As altas montanhas encontram-se no interior da ilha. Lá, pode ver muitos cones e lagoas. Ótimas vistas, já que é possível ver todas as ilhas do grupo central num dia agradável de sol. O verde da montanha é avassalador, criando paisagens maravilhosas contrastando com o azul do oceano.
Existem muitas piscinas naturais para sentir o oceano à volta da ilha, e há apenas uma praia de areia, que é um lugar secreto que os locais podem dizer-lhe onde fica se meter conversa com eles!
Experiências
São Jorge é também a ilha com condições ideais para a prática de canyoning e coasteering, com inúmeros locais para todos os níveis. Há cascatas por toda a ilha, está por isso, inserida no mapa mundo como um destino de eleição. Salte para o oceano ou numa ribeira e sinta a adrenalina própria dos Açores.
A Fajã dos Cubres e a Caldeira do Santo Cristo são paisagens com um verde vibrante onde encontramos flora endémica, como Urze, Cedro-do-mato e Azevinho, considerados locais icónicos no norte da ilha de São Jorge. A Fajã da Caldeira do Santo Cristo é um lugar mágico. A reserva natural é uma espécie de santuário para os amantes de surf e bodyboard. Nesta fajã pode também fazer passeios pedestres e passear de caiaque na lagoa.
A temperatura da água é aceitável o ano inteiro para a prática de desportos náuticos. Também pode relaxar numa das mais belas piscinas naturais do arquipélago: a Poça do Simão Dias. As Fajãs do Ouvidor e da Ribeira da Areia fazem parte dos geossítios prioritários da ilha de São Jorge. A Poça Simão Dias é uma das mais belas e conhecidas piscinas naturais dos Açores. Um mergulho nestas águas azuis, protegidas por rochas, vai refrescá-lo para a vida toda!
O oceano também é um ótimo lugar para pesca submarina, caiaque e observar baleias e golfinhos.
São Jorge é uma excelente ilha para fazer caminhadas. São tantos trilhos para fazer e descobrir paisagens incríveis. Das lagoas às montanhas, do oceano às cascatas, siga o caminho e explore a ilha por completo.
No subsolo, grutas vulcânicas como Algar do Montoso e Bocas do Fogo esperam por si para as explorar.
Gastronomia
Para além da experiência de natureza pura, São Jorge oferece excelente gastronomia.
O Queijo de São Jorge é uma das referências gastronómicas desta ilha. O método de produção tem-se mantido praticamente sem alterações nos últimos 500 anos. A economia é fortemente impulsionada pela produção de queijo.
Graças à localização da ilha, no meio do Oceano Atlântico, o queijo de São Jorge é único, produzido ainda com métodos tradicionais. 80% da ilha é paisagem coberta de relva onde as vacas pastam livremente. O queijo de São Jorge é um produto de alta qualidade e uma parte importante da tradição local, por isso tem Denominação de Origem Protegida (DOP). É um queijo semi-duro até duro, feito de leite de vaca não pasteurizado. À medida que envelhece, o queijo de São Jorge passa de um sabor suave, ligeiramente doce, a um sabor forte e picante. É amadurecido durante 3, 7, 12 e até 24 meses. Está entre os melhores do país! A fertilidade do solo faz com que haja uma mistura de diferentes tipos de pasto originando um leite de alta qualidade. Tem uma textura consistente com sabor aprazível e um ligeiro travo a picante.
Sabia que se produz café na ilha de São Jorge? Nesta bela ilha existe uma pequena plantação na Fajã dos Vimes onde ele cresce e é torrado. O café de São Jorge tem um sabor intenso e inconfundível. São plantações de café comerciais exclusivas da Europa. Não deixe a ilha sem o provar!
As amêijoas da Fajã da Caldeira de Santo Cristo são famosas pelo seu sabor mas também porque são cultivadas na Fajã da Caldeira do Santo Cristo. A cerca de 3 km da Fajã dos Cubres, e graças a uma lagoa de água salobra sujeita às marés, as amêijoas encontraram aqui um habitat perfeito. Este local é classificado como Reserva Natural e Sítio de Importância Internacional.
Peixe fresco e marisco também estão em todos os menus.
Para a sobremesa, as típicas Espécies são uma prova obrigatória. São um pequeno biscoito com um recheio de especiarias, como canela.