Geografia
Com uma área total de 61 km2, a Graciosa tem 10 km de comprimento e 7 km de largura. Em tamanho, só a ilha do Corvo é mais pequena. É, portanto, a segunda ilha mais pequena do arquipélago. Nesta ilha vulcânica vivem cerca de 4 800 pessoas.
Com o Pico, Faial, São Jorge e Terceira, a Graciosa faz parte do Grupo Central dos Açores, sendo a mais setentrional deste específico grupo. A ilha mais próxima da Graciosa é São Jorge, a apenas 37km de distância. O ponto mais alto da ilha é a Caldeira da Graciosa, com cerca de 405m de altitude acima do nível do mar.
História
Desconhece-se a data do primeiro contacto com a ilha da Graciosa. Acredita-se que terá sido descoberta pelos marinheiros portugueses por volta de 1427, ao mesmo tempo que as outras ilhas centrais. E dez anos depois, terão chegado à ilha vacas, no entanto, documentos oficiais referem que a descoberta da ilha terá sido a 2 de maio de 1450.
A ilha começará a ser povoada por volta de 1470. Partindo do Sul para o Norte, as duas zonas da Praia e Santa Cruz terão recebido colonos de Portugal Continental e de Flandres. Já em 1485, foi escolhido um capitão para a ilha: Pedro Correia da Cunha. No ano seguinte, Santa Cruz foi oficialmente declarada cidade.
Durante os séculos XVI e XVII, a Graciosa foi várias vezes atacada por corsários e piratas que destruíram habitações civis e monumentos religiosos. Mas entretanto, os locais decidiram construir mais fortificações para se proteger e proteger as suas terras também. Apesar do que já passou, a Graciosa é hoje uma ilha pacífica onde a natureza reina.
Economia
No século XVII, a economia de base da Graciosa é a agricultura, com a exportação de trigo, cevada e produtos lácteos dentro e fora do arquipélago. Naquela época, a ilha também produzia urzela, usada para tinturas. Além da agricultura, a pesca teve um papel importante para o desenvolvimento da ilha.
Outra fonte de riqueza era o vinho. Graças à aguardente local e aos diversos vinhos, a ilha conseguiu reputação vendendo o seu produto em todo o território português, através do porto da ilha Terceira. Na verdade, na ilha vizinha era mais fácil vender os seus produtos porque havia um porto maior por onde passavam barcos de todo o mundo na sua rota transatlântica.
No entanto, às vezes a natureza pode ser imprevisível. Surgiram períodos de seca e desastres naturais que marcaram tempos difíceis para a ilha. No século XIX, as vinhas adoeceram e a produção diminuiu significativamente.
A caça à baleia também foi praticada nesta ilha. Já existia atividade baleeira em 1889 e a produção manufatureira teve o seu fim em 1982. Hoje é ainda possível ver algumas bases da baleação. O Museu da Graciosa envolve casas de botes e botes, e é dividido por vários polos, entre eles, o Barracão dos Botes Baleeiros que mostra uma tradicional embarcação, um bote baleeiro com utensílios da caça à baleia.
O aeródromo e porto comercial da Praia criaram novas oportunidades para a ilha na década de 1980.
Hoje, o motor da economia é a produção de laticínios e carnes, além da agricultura (milho, hortaliças e frutas) e o turismo responsável.
Cultura e festividades
Apesar dos poucos habitantes locais, a Graciosa adora reunir o seu povo em várias ocasiões festivas. Durante as danças populares, concertos orquestrais e muitas festas paroquiais criam um ritmo alegre durante todo o ano.
Entre os principais eventos estão os bailes de carnaval no final de fevereiro, a festa do Senhor Santo Cristo dos Milagres em agosto e as festas do Espírito Santo de maio a setembro.
Todos oferecem desfiles com locais vestidos a rigor, com música ao vivo, deliciosa comida em barraquinhas de rua e muitas oportunidades de conversar com os simpáticos residentes para conhecer mais sobre a sua cultura.
O Museu da Graciosa é o lugar perfeito para contextualizar a ilha. Lá pode encontrar seis centros de exposições e aprender mais sobre a etnografia da ilha. Tem acesso a todos os ciclos económicos, da agricultura à caça às baleias, do vinho ao artesanato, passando por materiais e documentos antigos.
Natureza e Geologia
A Graciosa é a ilha menos montanhosa do arquipélago açoriano, com o seu ponto mais alto a apenas 405m acima do nível do mar. Mas esta baixa elevação dá à Graciosa um bom clima temperado oceânico, com menos chuva do que nas outras ilhas.
A UNESCO classificou a Ilha da Graciosa como Resersa da Biosfera, juntamente com as ilhas das Flores e do Corvo. A Graciosa é uma ilha encantadora, repleta de paisagens maravilhosas e sem turismo de massa. A ilha Branca – assim chamada devido à presença do traquito, uma rocha vulcânica que com o tempo adquire esta cor – é definitivamente uma boa escapadinha nos Açores.
Visitar a Graciosa tem tudo a ver com a natureza. Esqueça a confusão das grandes cidades, os engarrafamentos intermináveis e o stresse da vida quotidiana. Aqui, tudo gira em torno de vulcões selvagens e vistas deslumbrantes.
Existe uma praia na ilha, situada na Praia, mas a principal atração é sem dúvida a Caldeira da Graciosa. Uma cavidade vulcânica pelo seu tamanho, forma e génese. Com uma floresta exuberante de criptomérias, incensos, acácias e pinheiros, é um dos principais geossítios dos Açores, com relevância internacional e de valor científico, pedagógico e turístico. Esta formação de origem vulcânica tem um diâmetro de 1,6 km e situa-se no topo do mais pequeno estratovulcão dos Açores.
Experiências
Considerada excecional para o mergulho e pesca, mas também com as fontes termais do Carapacho e as piscinas naturais, a ilha da Graciosa é ótima para aventuras.
A Ponta do Carapacho e a Ponta da Restinga são falésias, situadas no extremo sudeste da ilha Graciosa, cuja beleza vulcânica é bem presente. As Termas e piscinas do Carapacho são uma zona balnear imperdível. Aqui há uma nascente termal com uma temperatura de cerca de 40ºC. Além das suas inegáveis qualidades terapêuticas, as termas do Carapacho vão deixá-lo nas nuvens. Experimente também as piscinas naturais de água límpida.
Ao largo desta zona costeira ergue-se o Ilhéu de Baixo, que constitui os resquícios de um vulcão submarino basáltico. Este ilhéu é um abrigo para plantas costeiras e aves marinhas. Muito bonito de apreciar!
O mergulho nas águas cristalinas e com grande visibilidade é uma das principais atrações para viajantes. É na ilha Graciosa que está um dos locais de mergulho mais famosos dos Açores. A escassos minutos da costa, e a 20 m de profundidade está afundado um cargueiro acompanhado de meros, garoupas, entre outras espécies à sua espera. O cargueiro Terceirense que trazia toneladas de Lisboa, fez escalas em São Miguel e Terceira, mas acabou por fundear em frente à Vila da Praia, na Graciosa devido à forte agitação marítima. Decorria o ano de 1968.
Também no oceano, são muitos os locais que praticam caça submarina, a pesca desportiva a partir da costa ou de barco ou simplesmente deitados numa das zonas balneares. A temperatura do mar é agradável durante todo o ano.
A Ponta da Barca e o Ilhéu da Baleia são magníficos exemplos dos encantos da natureza com arribas muito escarpadas com uma altura de cerca de 90m. É incrível como um conjunto de rochas é capaz de imitar a forma de uma baleia. Vá até ao Farol da Ponta da Barca e faça uma paragem. Aprecie com os seus próprios olhos o extraordinário ilhéu da Baleia. Pode fazê-lo de carro mas também pode optar por um passeio a cavalo ou de bicicleta. Existem muitas caminhadas pela ilha, com nível baixo de dificuldade. Fique a saber que a ilha não tem animais selvagens perigosos, o que torna esta atividade 100% segura.
No subsolo, a natureza formou a Furna do Enxofre, uma cavidade vulcânica ímpar, de teto em abóbada perfeita, com 194 m de comprimento e 40 m de altura na parte central. Entre por esta caverna vulcânica e desça os 183 degraus em caracol. Lá em baixo vai encontrar um lago e uma fumarola de lama quente que emana odores intensos a enxofre, não fosse esta cúpula vulcânica denominada Furna do Enxofre.
O Centro de Visitantes da Furna do Enxofre é o símbolo da ilha Graciosa. Para quem gosta de caminhadas, elegemos a Caldeirinha de Pêro Botelho. Aconselhamos um passeio calmo à volta da cratera para contemplar a paisagem envolvente a este cone vulcânico explorado pela primeira vez, em 1964, pela “Sociedade de Exploração Espeleológica – Os Montanheiros”.
Na Vila da Praia experimente a única praia com areia – a praia de São Mateus, um dos locais mais procurados no verão.
Gastronomia
Gastronomicamente falando, não podemos deixar de falar na iguaria da Graciosa. As deliciosas queijadas da Graciosa com uma massa fina crocante, são irresistíveis! São muito famosas e exportadas para todas as outras ilhas. Para os gulosos, os bolinhos de arroz também vão conquistar o seu coração, assim como a massa sovada.
Para as refeições salgadas, não se esqueça de experimentar os deliciosos ensopados de peixe e o peixe fresco assado, pescados no mesmo dia! O oceano ao redor da ilha Graciosa é rico em peixes e frutos do mar. Entre lagostas, caranguejos ou também lapas locais, tem uma grande escolha para almoçar e jantar.
Para beber, não se pode sair da Graciosa sem provar alguns dos bons vinhos que a ilha tem para oferecer. Estamos a falar de vinho branco, mas também de aguardente.