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Nascimento de um golfinho durante um passeio de observação de baleias e golfinhos

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Já alguma vez imaginaram poder presenciar o nascimento de um cetáceo durante uma viagem de observação de baleias e golfinhos nos Açores? E pensaram que seria possível? Sim, é possível e apesar de ser um momento raro, a equipa de mar da Futurismo e todos a bordo naquele dia, conseguiram ver o reboliço nas águas que, afinal, veio a revelar-se que estávamos perante uma maravilha da natureza – o nascimento de um golfinho!

Era um golfinho pintado do Atlântico. Geralmente, esta espécie é encontrada nos Açores nos meses em que a temperatura do mar começa a aquecer e ficam pelas águas açorianas até ao fim do verão, por vezes, até ao princípio do outono. Com o aquecimento global, as águas estão a ficar cada vez mais quentes durante mais tempo, influenciando a estadia destes animais nos Açores. Nos últimos anos, temos avistado esta espécie de golfinho até janeiro.

Curiosamente, num dia típico de nevoeiro nos Açores, a 4 de novembro, tivemos a oportunidade de testemunhar um dos momentos mais mágicos e únicos que alguém pode experienciar a bordo de um barco de observação de cetáceos.

Testemunho do biólogo marinho Dinis Jacob sobre o nascimento de um golfinho em tempo real

Mariana Silva | o golfinho recém-nascido e a mãe

Os Açores não seriam os mesmos sem um cenário de nevoeiro. Hoje, de facto, foi um dia em que quase parecia que as nuvens caíam do céu.

Então, podem questionar-se se essa névoa torna o trabalho do nosso vigia mais difícil. Na verdade, sim, até certo ponto! O assobio intenso dos golfinhos era uma prova inconfundível da presença de outro grupo de golfinhos. E, na verdade, estávamos certos!

Ao chegar à área, a primeira coisa que identificámos foi a espécie: golfinhos pintados do Atlântico. O grupo não era muito grande, e algo extremamente incomum estaria para acontecer porque os animais estavam todos agrupados como se estivessem a planear alguma coisa…

Naturalmente, não era esse o caso, e o que se estava a passar era muito mais especial: estávamos a presenciar um nascimento! Chegámos lá mesmo a tempo de ver como um golfinho recém-nascido é trazido à superfície pela sua mãe, para respirar pela primeira vez.

A tripulação e os clientes estavam em absoluto espanto, pois todos sabíamos que tal momento era algo que se testemunha uma vez na vida. Igualmente impressionante foi a forma como todo o grupo se reunia à volta do recém-nascido, garantindo a sua segurança e sucesso.

Estar na presença de um animal que acabou de nascer neste mundo faz-nos perceber o quão frágeis e minúsculos estes mamíferos marinhos podem ser, e como é importante para nós estarmos atentos à nossa responsabilidade de proteger o seu oceano!”

Como foi possível perceber que era o nascimento de um golfinho

O que presenciámos foi precisamente um ajuntamento de golfinhos muito ativos à superfície e poucos segundos depois surgiu aquele golfinho bebé cheio de pequenas rugas no corpo e uma cabeça ainda deformada – uma das características dos recém-nascidos e depois sempre perto da sua mãe!

Mariana Silva | Golfinho bebé a respirar à superfície

É possível ter uma ideia aproximada de quanto tempo tem um bebé golfinho através da posição da barbatana dorsal e da cauda. De facto, acredita-se que a barbatana dorsal enrijece em poucas horas e as caudas parecem demorar um pouco mais. Além disso, quando os bebés nascem, eles têm uma espécie de pequenas dobras ao longo do corpo geradas no ventre da mãe, chamam-se faixas fetais.

A forma como o golfinho nada, também indica que se trata de um recém-nascido.

Um golfinho bebé nada numa posição ao lado da mãe chamada posição escalonada. O bebé aproveita os movimentos da mãe e de outras fêmeas, permitindo assim que nade menos para acompanhar a progenitora. Tal como se pode comprovar neste video.

Mariana Silva | O bebé tira partido dos movimentos da mãe e de outras fêmeas para tentar nadar

Ao contrário dos seres humanos, os golfinhos bebés geralmente nascem com a cauda primeiro e o cordão umbilical cai durante o parto.

As maravilhas da natureza quanto à reprodução dos golfinhos

Dependendo da espécie de golfinho, a gestação das fêmeas golfinhos pode durar entre 9 a 17 meses.

Mariana Silva | Golfinhos fêmeas dão à luz apenas um bebé a cada 3 – 5 anos.

Quando chega a hora de dar à luz, as fêmeas tendem a juntar-se para ajudar a mãe. Interestingly, in other cetacean species, the mother tends to isolate herself to give Curiosamente, noutras espécies de cetáceos, a mãe tende a isolar-se para dar à luz num ambiente mais calmo e descontraído.

Normalmente, as fêmeas dão à luz apenas um bebé a cada 3 – 5 anos.

Amamentação dos golfinhos

Os golfinhos amamentam, em média, entre um a dois anos, mas já foram observados golfinhos a amamentar até aos quatro anos e meio. (Fonte: Wells 1999)

Mariana Silva | Golfinhos bebés geralmente nascem com a cauda primeiro

Geralmente, os golfinhos bebés dependem totalmente das fêmeas pelo menos nos dois primeiros anos de vida (dependendo da espécie).

Nascimentos de outros cetáceos durante as viagens de observação

Felizmente, nos Açores, a Futurismo tem tido a sorte e o prazer de assistir a eventos tão mágicos quanto únicos! Este mês vimos o nascimento deste golfinho bebé e no ano passado, por exemplo, em agosto presenciámos o nascimento de um cachalote!

Mariana Silva | O golfinho bebé no meio das fêmeas adultas

Já em julho de 2019, tínhamos tido a sorte de assistir ao nascimento de duas crias de cachalote a sul da ilha de São Miguel.

Sandrina Rodrigues