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O Que Comem os Golfinhos: Factos Científicos

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Já existem mais de 40 espécies de golfinhos registadas, pertencentes a variados tipos de ecossistemas/habitats, tal como estuários, rios, águas costeiras e até mesmo em alto mar, o que por si só, influência a própria dieta destes seres.

Para além disso, sabe-se também que a forma como estes caçam é influenciada pelo tipo de alimento que lhes está disponível. 

Neste artigo, explicar-lhe-emos os vários tipos de alimentos que algumas espécies de golfinhos consomem e as variadas metodologias de caça que estes animais conseguem realizar. 

O que comem os golfinhos?

Estes mamíferos, predadores ativos por natureza, têm por norma uma alimentação muito variada, consumindo peixes, lulas e crustáceos. 

São 28 as espécies de cetáceos presentes na região dos Açores. Dessas, 11 são golfinhos, o que por si só potencia uma alimentação muito semelhante entre elas.

David Rodrigues | A comida dos golfinhos comuns  o que comem os golfinhos
David Rodrigues | Exemplo de comida para golfinhos

Com uma vasta distribuição, o golfinho comum é uma espécie que tem por base uma alimentação rica em pequenos cardumes de sardinha e cavala, mas que também se pode alimentar tanto de lulas, como de crustáceos. 

Comparativamente, os golfinhos roazes, por sua vez, conseguem alimentar-se de uma maior variedade de peixes como a corvina, cavala e tainhas, podendo também alimentar-se de cefalópodes e crustáceos.

Os golfinhos de risso alimentam-se de animais que se encontram em águas profundas como as lulas, polvos e chocos. 

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No que toca à dieta das falsas orcas, sabe-se que esta se baseia em peixes grandes como o salmão, a albacora e o atum. Adicionalmente, a sua dieta também passa pelo consumo de lulas e ainda pode atacar e comer outros cetáceos. 

Por último, mas não menos importante temos as orcas! Caracterizando-se pelos grandes predadores que são, esta espécie de golfinho tem uma dieta muito diversificada, sendo que pode alimentar-se de 150 espécies, como cetáceos, peixes ósseos, tubarões e raias, aves marinhas e tartarugas. 

Comportamentos de caça dos golfinhos

Os golfinhos podem ter uma grande variedade de técnicas no que toca à caça, sendo que estas dependem da tipologia da presa em vista e da sua localização. 

Fish Whacking

Uma das técnicas que os golfinhos usam é o “Fish Whacking”, que consiste no atordoamento dos peixes através de uma pancada com a cauda, podendo por vezes atirar o peixe e capturá-lo fora de água. 

Strand Feeding

Também temos o “Strand Feeding” quando os golfinhos criam ondas para empurrar os peixes para as margens da lama. Quando se encontram presos, os golfinhos deslocam-se para essa margem temporariamente para apanhar o peixe. Esta técnica ocorre principalmente em rios e estuários. 

Mud Ringing

Por fim, temos o  “Mud Ringing”, onde um golfinho cria uma pluma de lama em forma de anel, criando uma barreira de turbidez à volta dos peixes. Estes, ao tentar escapar pela superfície da água, são apanhados no ar pelos restantes golfinhos do grupo.

Beaching

As orcas optam, também, por uma grande diversidade de estratégias para se alimentarem. Uma dessas estratégias é o método de ‘beaching’ para emboscar as presas (maioritariamente focas), conduzindo-as para terra e depois capturando-as.

Wave washing

Em adição à estratégia acima descrita, as orcas utilizam também a técnica de ‘wave washing’, com o propósito de retirar as focas dos blocos de gelo onde se situam. Para terem sucesso necessitam de trabalhar em equipa e criar ondas com o seu corpo para movimentar o bloco de gelo fazendo com que a foca acabe por cair na água.

Carousel feeding

A técnica de ‘carousel feeding’, por sua vez, consiste na formação de uma bola em grupo para depois capturarem o arenque de cardume. 

Como é que os golfinhos encontram presas

Os golfinhos e outras espécies utilizam muito a ecolocalização para encontrar as suas presas. 

Esta adaptação evolutiva dá a oportunidade aos golfinhos de conseguirem diferenciar o tamanho e tipo de peixes.

Whales, dolphins & porpoises 2015 o que comem os golfinhos
Whales, dolphins & porpoises 2015

A ecolocalização é um processo biológico que consiste na produção de sons pelos biosonares, localizados nas passagens nasais, e subsequentemente emitidos através do melão (estrutura que se encontra na parte da frente da cabeça – representada a amarelo na figura). Estas ondas de som, por sua vez, fazem ricochete nos alvos, e são refletidas de volta ao golfinho emissor. Estes ecos são recebidos no maxilar inferior (bola laranja) sendo transmitidos à orelha. 

Conclusão

Como mencionado anteriormente, temos uma elevada diversidade de espécies de cetáceos identificadas nos Açores. A existência de um elevado número de espécies nesta região leva à criação de diversos nichos alimentares e, consequentemente, a uma elevada diversidade de técnicas de alimentação. 

Tendo em conta que diferentes ecótipos de uma mesma espécie podem apresentar diferentes técnicas de alimentação, consoante o habitat onde se encontram, visitar os Açores pode representar uma oportunidade única de observar técnicas de alimentação exclusivas de certas espécies. Venha com a Futurismo explorar a possibilidade de presenciar comportamentos especiais e incríveis!

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Referências Bibliográficas

Berta, A. (Ed.). (2015). Whales, dolphins, and porpoises: A natural history and species guide. University of Chicago Press.
Carwardine, M. (2019). Handbook of whales, dolphins and porpoises. Bloomsbury Publishing.

Maria Brito